10 LIVROS QUE EU ADORARIA QUE MINHA PROFESSORA TIVESSE ME MANDADO LER.
10 LIVROS QUE EU ADORARIA QUE MINHA PROFESSORA TIVESSE ME MANDADO LER
Pense rápido: quantos livros você já leu? Agora, pense o seguinte: quantos desses livros você leu porque você quis, e quantos você leu porque sua professora te obrigou? Indo mais longe, desses livros que você leu porque você foi obrigado, quantos você entendeu??? Quantos te ensinaram alguma coisa? Quantos foram gostosos de ler? Quase nenhum, não é? Foi tudo um desfile de chatice na sua vida, sessões de tortura que pareciam sem fim. Quase tudo uma perda de tempo...
Agora, se você pudesse escolher entre livros que seriam de real proveito na sua vida, quais seriam esses livros? Abaixo, minha lista de sugestões, sem ordem de importância:
10. The Philosophy of Time Travel (A Filosofia da Viagem no Tempo), de Roberta Sparrow.
Em 2001 o diretor Richard Kelly lançou o Donnie Darko, um filme quase independente, que custou 4.5 milhões de dólares, menos que muito filme brasileiro custa. O filme foi um fracasso completo em sua exibição nos cinemas, (teve US$ 4.1 milhões de bilheteria) mas acabou encontrando seu público quando saiu em DVD. Eu gostei muito, demais mesmo, da versão de cinema do filme (mas não gostei da versão do diretor, que explica demais muitos dos mistérios e ambigüidades do filme) desde a primeira vez que a vi, mas se teve uma coisa que me chamou a atenção no filme (além do bizarro Frank, claro), foi o livro de Roberta Sparrow (ela mesmo uma versão em carne e osso da vovó Flanders, dos Simpsons), A Filosofia da Viagem no Tempo, que o personagem principal, Donnie Darko, lê, numa tentativa de entender o que diabos está acontecendo com ele. Me parece um título de suma importância, e eu creio que se Marty McFly tivesse lido esse livro, ele nunca teria adquirido o próximo item da lista, que lhe causou um monte de dor de cabeça, mas que eu adoraria ter lido, lá pelos idos de 1985...
09. Gray’s Sports Almanac (Almanaque de Esportes de Gray), de alguém de sobrenome Gray.
Alguém se lembra dessa pérola? É o livro que ferra com a vida de Hill Valley e todos seus habitantes em De Volta para o Futuro 2. Durante uma viagem de emergência com seu amigo Dr. Emett L. Brown (Christopher Lloyd), Marty Mcfly (Michael J. Fox, seu mané!) tromba com esta belezinha na vitrine de uma loja no futuro. Aí ele tem uma idéia: e se ele comprasse o livro e o usasse para fazer umas apostas no passado (que para ele era o presente) e ganhar algum dinheiro? Pro azar dele, o Dr. Brown desaprova a idéia e joga o livro no lixo. Pra sorte do velho Biff Tannen (Thomas F. Wilson), ele escuta toda a conversa entre os dois e decide roubar a idéia de Marty, voltando pro passado e dando o livro pra si mesmo, mais jovem, o que lhe leva a ganhar rios de dinheiro e virar uma espécie de “coronel” em Hill Valley, assumindo controle da cidade e levando-a a desgraça completa (como faz quase todo homem rico). Se eu tivesse lido esse almanaque na minha época de escola, hoje eu provavelmente não estaria aqui, perdendo meu tempo com essa lista, mas já que estamos falando de De Volta para o Futuro, eu me lembrei de outro livro, direto do primeiro filme...
08. A Match Made in Space (um trocadilho com uma expressão que significa algo como ‘Feitos um para o Outro,’ mas no espaço), de George McFly.
Esse é o livro escrito pelo pai de Marty, George (Crispin Glover), onde ele reconta sua aventura com Darth Vader, que invadiu seu quarto no meio da noite para lhe ordenar que convidasse Loraine (Lea Thompson) para ir ao baile com ele. Marty foi esperto ao roubar idéias de George Lucas para evitar a criação de um paradoxo que podia ter destruído o universo. Esse livro teria tido pouco valor pedagógico, mas teria tido outra utilidade, também cultural. George McFly podia ter publicado o livro quando ele era jovem, em 1955, e processado George Lucas por plágio, em 1983 (depois que O Retorno de Jedi foi lançado, claro), levado George à falência e impedido esse animal de ofender a raça humana inteira com as edições especiais e prequels de Star Wars. É, George McFly não virou um cara assim tão esperto depois que seu filho interferiu no passado, no final das contas...
07. Maleficio, de... sei lá quem. Deve ter sido escrito pelo próprio diabo!
Esse livro de feitiços também teria sido interessante de ler na escola. Cher, Michelle Pfeiffer e Susan Sarandon usam o livro para deter Daryl Van Horne (Jack Nicholson), um demônio que elas invocaram por acaso numa noite de tempestade quando se sentiam sozinhas e solteiras (e bêbadas também!) no filme As Bruxas de Eastwick. Eu podia ter usado esse livro pra exorcizar uns demônios disfarçados de alunos, e outros de professores, na minha escola. Minha antiga professora de inglês, uma mulher que parecia estar grávida há uns 30 meses (juro, do tempo que estudei naquela escola – uns 9 anos – só me lembro daquela mulher grávida!) e falava através de coices, teria sido uma boa vítima. Mas, espera. Agora acho que entendi! Pelo mau humor constante e a cara de ânsia de vômito que ela tinha, quem sabe já não era o filho do capeta que ela carregava?
06. Necronomicon, de… sei lá quem. Deve ter sido do próprio... Opa, eu já disse isso!
Esse livro aqui apareceu primeiro em outros livros, de H. P. Lovecraft, mas acabou ficando tão famoso que virou lenda. Diversas versões fajutas dele existem por aí, mas a mais legal é a que vemos na trilogia The Evil Dead, de Sam Raimi. O herói, Ash, se envolve com o tomo em diversas ocasiões durante os três filmes da série, mas é no primeiro filme que vemos o que o livro faz de verdade: se lido em voz alta, ele liberta demônios ancestrais que estavam adormecidos em algum cantinho dos infernos. Eles possuem os vivos, fazendo com que eles se arregacem mutuamente, numa tresloucada orgia de sangue e vísceras. Esse também teria sido bem utilizado na minha escola. Dava pra fazer a rapa naquela gentalha em uma noite. No fim do processo, um conveniente portal para outra dimensão se abre e suga toda a sujeira, como um aspirador de pó dos infernos. Perfeito!
05. Tobin’s Spirits Guide (O Guia dos Espíritos de Tobin), de Portram Campbell Tobin.
Esse aqui apareceu pela primeira vez em 1984 em Os Caça-Fantasmas e, assim como o Necronomicon, ele acabou ficando tão famoso que transcendeu seu local de origem e infiltrou-se na cultura pop. Também existem versões fajutas dele por aí. Ele é um singelo guia sobre espíritos, fantasmas, espectros, demônios, e deuses, de várias mitologias e culturas, listando suas forças, fraquezas, origens e moradas. Já pensou o poder desse livro num país de gente supersticiosa e bunda-mole que nem o Brasil? Eu já. Se esses filmes sobre o além fazem a maior grana na bilheteria, o povo rega algumas igrejas com seu rico dinheirinho, e o dízimo faz parte do dia-a-dia de milhares de fiéis, imagina o que dava pra ganhar com esse livro! Eu fechava todas as igrejas e abria a minha própria, e quem não gostasse que se preparasse: ia ter demônios, fantasmas e espectros correndo atrás de criancinha no jardim de infância, comendo criancinhas na maternidade e bicudando velhinhos no bingo!!!!
04. Anyone Can Cook (Qualquer um Pode Cozinhar), do chef Auguste Gusteau.
Se esse livro fez com que um rato virasse chef de cozinha num restaurante Francês (no filme Ratatouille), acho que ele teria ajudado aquele povo que preparava a merenda escolar a fazer uma sopa que não tivesse aquele cheiro que me fez vomitar QUATRO VEZES NAQUELA MERDA DE ESCOLA!!! Eu passei mal e vomitei QUATRO VEZES NA ESCOLA!!!!!!! Esse eu queria ter lido pra poder recomendar pros cozinheiros, embora hoje eu tenha certeza de que ninguém ia me escutar. Ninguém liga a mínima pros alunos mesmo...
03. Baby Steps (Passos de Bebê), do Dr. Leo Marvin.
Esse aqui eu queria ter lido porque ele teria me ajudado a superar um pouco dos meus problemas, já que eu tive que agüentar o sofrimento de passar por um monte de médicos incompetentes na minha cidade até encontrar uma psicóloga e uma psiquiatra que soubessem o que estavam fazendo ao me tratar, só aqui em Santa Catarina. Mas acho que eu estou exagerando, afinal eu vivi APENAS 32 ANOS SOFRENDO DE TRANSTORNO BIPOLAR SEM QUE NENHUM DOS MÉDICOS FILHOS DA PUTA QUE ME TRATARAM DESCOBRISSE QUAL ERA A MERDA DO MEU PROBLEMA!!! Quem sabe minha vida teria sido um pouco menos insuportável se eu tivesse lido o maravilhoso livro do Dr. Leo Marvin, que conhecemos em Nosso Querido Bob? Passos de bebê até a porta de casa, passos de bebê até o portão, passos de bebê até a escola...
02. Electricity and the Creation of Life (A Eletricidade e a Criação da Vida), de Harold Hid... alguma coisa. Victor fica com a mão em cima do nome e eu não consigo ver...
Se eu tivesse esse aqui, eu teria usado pra reviver algumas pessoas legais que morreram prematuramente: Elvis, Tom Jobim, John Lennon, Vlad Tepes – O Empalador, Tancredo Neves, Jânio Quadros, e Kevin Bacon... Seria legal ver essas pessoas andando por aí com o corpo cheio de remendos e costuras, e a cara de bunda dos vivos, ao vê-los. Fiquei imaginando se não existe um livro irmão desse, talvez chamado A Eletricidade e a Destruição da Vida. Esse eu teria usado pra matar umas pessoas não tão legais que ainda vivem: o babaca do Sandy e a babaca da Jr., o “muito triste” do Gugu, “ô loco, meu!” do Faustão, a farsante da Beyoncé, o mercenário do George Lucas (antes que ele continue sua destruição de Star Wars), a porra azeda da presidentA Dilma, etc... Se bem que não precisamos de livros pra nos livrarmos dessas pessoas... hum... Tá vindo uma idéia...
01. Handbook for the Recently Deceased (Manual para o Recém-Falecido), da Editora Manual para o Recém Falecido.
Por último, ou melhor, em primeiro, o livro mais inusitado da galáxia: O Manual para o Recém Falecido, da Editora Manual para o Recém Falecido. Esse me interessou por razões bem específicas. Enquanto o mercado está cheio de livros suspeitos contando sobre a vida após a morte, que você pode comprar em qualquer catálogo da Natura, esse aqui é o único que, para receber, você PRECISA MORRER! Isso mesmo! Embora esse tomo, visto pela primeira e última vez em Os Fantasmas se Divertem, pareça ter sido escrito como “instruções para seu rádio estéreo” (segundo Adam Maitland), ele é leitura indispensável para você que acabou de morrer. Ele magicamente aparecerá sobre seu criado mudo, ou mesa de centro, quando você bater as botas. Se eu soubesse que os suicidas viram funcionários públicos no além, não teria tentado me matar, quando molhei o nariz e o enfiei na tomada, provocando um curto circuito que deixou o bairro todo sem luz por um dia inteiro.
É isso. Esses são dez livros que eu adoraria ter lido quando era criança. Ao invés disso, me fizeram ler O Triste Fim de Policarpo Quaresma... E foi ele que me fez enfiar o nariz na tomada... Por conta dele, quase virei funcionário público no além!
Eu sabia que não dava pra confiar num gato com um livro por perto!!!